domingo, 16 de novembro de 2008

Psicoterapia é pro-cura

Escrevo um resumo da palestra ministrada por João Augusto Pompéia publicada no livro “na presença do sentido”- uma aproximação fenomenológica a questões existenciais básicas de 2004.
Partindo de alguns mal-entendidos que considera sério, ele vai tecendo considerações a respeito da psicoterapia.
Diferentemente do que o senso comum dita sobre terapia como algo repressivo aos que não se enquadram nos padrões e imaginam que a terapia tem o objetivo de colocar no eixo, uma espécie de ortopedia moral , comportamental e ética .
Outro importante engano parte de nos psicoterapeutas que consideram a terapia como o lugar no qual são aprendidos os valores as normas e dicas para solucionar situações difíceis dando assim um lugar de “suposto-saber-de-verdades”
Esse equivoco parece mais chamativo já que o elemento mais fundamental de um terapeuta é o fato de “ele não saber”, não saber nesse caso me sugere um suspender o conhecimento, teorias e técnicas para se relacionar inteiramente com aquela pessoa que nos procurou.
Ele sita uma passagem importante na sua trajetória profissional na qual se recorda de um encontro com Medard Boss, psiquiatra suíço que desenvolveu a clínica fundamental na Daseinsanalyse e foi paciente de Freud. Ele sita :
“no consultório de Freud era completamente diferente(...) ele não fazia psicanálise , fazia Daseinsanalyse.”
Ao ser mais uma vez indagado a respeito da natureza do trabalho clinico Boss conclui: “Psicoterapia é procura”
A palavra procura também me chama atenção por abrir um campo de compreensão que acolhe outros significados quando se lê: pró-cura.
“Terapia é pró-cura”, isso é: “terapia é para cuidar” em latim, cura tem o significado de cuidar.
No caso da terapia aquilo que se procura não é algo que vai acontecer lá no final do processo, mas algo que se dá, passo a passo, através do modo como ele se realiza. Esse “modo “constitui o próprio acesso ao “o que”se procura .

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O poder organizador do conhecimento

O poder de organização é parte integrante do conhecimento. O conhecimento de qualquer tipo é automaticamente metabolizado pelo corpo e pela mente na ordem correta, e resulta numa mudança de percepção a partir da qual é possível criar novas realidades.