sábado, 14 de fevereiro de 2009

Simbologia desse espaço.


Sobre o símbolo do espaço tempo ao centro:

A série de quaternidades arquetípicas do espaço-tempo, este quatérnio acaba se revelando, como já vimos, um princípio ordenador das impressões sensoriais que a psique recebe de objetos em movimento. O espaço e o tempo constituem um a priori psicológico, um aspecto da quaternidade arquetípica necessária para o conhecimento dos processos físicos.
É possível observar empiricamente essa manifestação na prática clínica onde, nos casos de surtos psicóticos, geralmente ocorre nos pacientes os sintomas de desorientação halopsíquica (espacial e temporal), ou seja, ele não sabe onde está, onde mora, nem o dia da semana ou a hora do dia que ele se encontra.
Portanto, se considerarmos esta quaternidade sob o ângulo da tridimensionalidade do espaço, o tempo pode ser concebido como uma quarta dimensão. Se, pelo contrário, considerarmos a quaternidade sob o ponto de vista dos três atributos inerentes ao tempo (passado, presente e futuro) então acrescenta-se o espaço estático, no qual se produzem as mudanças de estado, como unidade e como quarto fator. Em ambos os casos, o quarto fator representa algo de incomensuravelmente diverso, o qual, entretanto, é necessário para determiná-los, um em relação ao outro. Assim é que medimos o espaço por meio do tempo e o tempo por meio do espaço.

O três e o quatro na percepção do espaço-tempo:A analogia que pode ser feita com esta manifestação tripla é a dos três “regimina” (processos) da alquimia comentada por Jung, através dos quais os quatro elementos se transformam uns nos outros ou são sintetizados na quintessência:

1º “regimen”: da terra à água2º “regimen”: da água ao ar3º “regimen”: do ar ao fogo (1944/1994, p. 216).

Aqui novamente entra a problemática dos opostos, onde surge uma hesitação ou incerteza entre o espiritual e o físico, onde o quarto elemento sempre é encoberto e vago, como no axioma de Maria Prophetissa [o um que nasce com o quatro].Edinger comenta a esse respeito que:

A imagem da quaternidade exprime a totalidade da psique em seu sentido estrutural, estático ou eterno, ao passo que a imagem da trindade exprime a totalidade da experiência psicológica em seu aspecto de desenvolvimento, dinamismo e temporalidade.Imagens quaternárias, de mandala, emergem em períodos de turbulência psíquica, e trazem consigo um sentimento de estabilidade e de repouso. A imagem da natureza quaternária da psique fornece uma orientação estabilizadora [...].Os símbolos trinitários, por outro lado, implicam crescimento, desenvolvimento e movimento no tempo. Eles cercam a si mesmos com associações dinâmicas e não estáticas.

Ele cita Baynes ao dizer que o arquétipo trino simboliza um aspecto dinâmico ou vital:

O número três está associado especificamente ao processo criador... Toda função de energia da natureza tem, na verdade, a forma de um par de contrários, unido por um terceiro fator, seu produto. Assim, o triângulo é o símbolo de um par de contrários unidos em cima ou embaixo por um terceiro fator (Mytology of the Soul, Londres, 1969, p. 405).

Dessa forma é possível perceber que, em termos psicológicos, todos os eventos que se desenrolam no tempo se enquadram neste padrão ternário. Exemplos dessa afirmação podem ser percebidos nos movimentos que tem um início, mantendo-se por algum tempo (meio) e chegando a um fim; e também na estruturação da consciência que organiza o tempo em três categorias, passado, presente e futuro.
O labirinto é um símbolo do processo de Individuação e Thoth, é o deus da Alquimia. Na Grécia foi representado por Hermes e para saber mais, entre no site: http://portalpsicoanalitica.vilabol.com.br/.

Nenhum comentário:

Postar um comentário